A eleição do Tita e o recado ao vice-prefeito
Seria apenas uma sessão extraordinária com eleição de nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Criciúma não fosse o gesto de três vereadores do PSD. Assim que iniciou a votação – que é nominal e aberta – Salésio Lima, Camila do Nascimento e Zairo Casagrande – se retiraram. Os demais 14 vereadores votaram na chapa única: Tita Beloli (presidente), Aldinei Potelecki (vice-presidente), Paulo Ferrarezi (primeiro-secretário) e Edson Luiz do Nascimento (segundo-secretário). Os ausentes, antes de saírem e em sala fechada, deixaram claro que nada têm contra Beloli.
Mais cedo eu havia sido informado pelo vereador Zairo Casagrande que os três não participariam da eleição. E o recado mais tarde confirmado foi claro: o problema não está na Câmara e sim no Executivo. Há insatisfação com o prefeito e ela é maior com o vice-prefeito. E não é por alguma atitude específica, mas porque estes vereadores se dizem portadores de movimentos internos do PSD que não aceitam o que consideram a privilegiada posição de Ricardo Fabris.
Para entender o enredo é necessário retornar aos tempos da eleição de 2016, quando Fabris foi “escalado” candidato a vice-prefeito por Clésio Salvaro. Na ocasião ele estava no PSDB e provocou reações adversas na sigla. Após a eleição ele saiu do partido tucano e foi para o PSD, onde já havia feito ensaio de entrada antes. Se disse, à época, que Clésio aceitou a indicação por fidelidade ao amigo Júlio Garcia que mais tarde buscou Fabris de volta ao PSD.
E segue o roteiro: mesmo com o cargo de vice-prefeito a inserção de Fabris no PSD só teria sido aceita por força do deputado estadual Júlio Garcia. Hoje o que há é um explícito movimento que tenta sacar Fabris da lista de prioridades do partido para composição de nova chapa de reeleição com Clésio Salvaro.