RELAÇÕES DE TUBARÃO E CRICIÚMA
Os prefeitos de Tubarão e Criciúma fizeram um encontro relevante nesta sexta-feira, embora em tempos normais se possa considera-lo ato de cortesia simples. Clésio Salvaro foi ao gabinete de Joarez Ponticelli conversar sobre os rumores da falta de comunicação do Governo do Estado, que nesta semana reascendeu uma centelha da fogueira da rivalidade das duas cidades. Foi só um café e a troca de informações, mas o gesto tem peso diplomático. Todos os setores e cidades da região carbonífera reagiram indignados com as propostas de mudança administrativa que vazaram, entre elas a subordinação do escritório da Celesc em Criciúma ao de Tubarão, e não o inverso ou o contato direto com a direção central. Isso porque Criciúma tem os melhores números de todas as regionais da empresa. A intenção que devemos recolher do encontro dos dois prefeitos deve ser esta: a da boa relação das duas cidades.
PORÉM
É natural que nas entrelinhas do encontro dos dois prefeitos alguém enxergue um movimento para potencializar a ameaça que as manobras administrativas do governo significam. É natural que os dois prefeitos, que são de siglas partidárias sejam vistos como ativistas de oposição, assim como é natural e flagrante que o governo erra quando insiste na tese de que qualquer rótulo político seja abominável.
TÁ AI O ERRO
O maior equívoco do governo é confundir a palavra política com politicagem. Eleito, Moisés da Silva levou à mesa de gestão o chavão de campanha da nova e da velha política. A equipe de governo segrega um setor representativo da sociedade. Nesta sexta-feira aconteceu o absurdo do presidente da Celesc rejeitar atender qualquer contato telefônico feito por prefeito ou deputado, que pretendia comunica-lo da preocupação que assombra a região.
SEM PREVISÃO
O líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado terminou a semana sem saber, ainda, quando o Executivo irá enviar a proposta de reforma administrativa. Em períodos anteriores estas mudanças eram apresentadas tão logo o governo assumia. Era comum os novos governadores convocarem sessões extraordinárias do Legislativo.
ENGANO
Quando assumiu, o governador Carlos Moisés da Silva disse que só enviaria a proposta de reforma administrativa após a posse dos novos deputados. O raciocínio da ocasião era de que ele aguardaria os não reeleitos saírem e já contando com a sua bancada. Passados 15 dias do início dos trabalhos legislativos, nem sinal da reforma. Quer dizer, o governo levou três meses do ano passado e mais 45 dias deste ano e não fechou o modelo que vai implantar.
EM IÇARA
O prefeito e o vice de Içara, Murialdo e Sandro, levaram à Câmara de Vereadores a proposta de reforma administrativa. No que chamam de restruturação administrativa separam a Fundação Municipal de Cultura e Esportes criando duas diretorias, a de esportes e de cultura, separadamente. Além disso, o Departamento de Captação de Recursos, será incorporado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
MORRO DA FUMAÇA
A agenda do vice-prefeito de Morro da Fumaça, Eduardo Guollo, que está no exercício do cargo de chefe do poder executivo, é do tipo intensa. Nesta sexta-feira ele renovou o contrato do órgão social Profas. A renovação ocorreu após prestação de contas. A presidente do programa é Mary Neuza Espíndola Bif, a Lula. A administração repassará R$ 467 mil à instituição que atende 120 crianças. Antes haviam sido renovados os convênios com a Apae e com o Cantinho do Amor.
RINCÃO COMEMORA MAIS UMA
A temporada de verão revelou uma das grandes gestões públicas. O nativo prefeito Jairo Celoy Custódio, que perdeu a primeira eleição para o então estrangeiro Décio Góes, revela-se um exímio administrador da sua praia. Nesta sexta-feira, reta final de uma temporada memorável no balneário ele recebeu a licença ambiental para a segunda etapa do calçadão. O documento foi exibido como um troféu em gabinete. A nova fase do calçadão terá um quilômetro e completa a obra até a Plataforma Norte, sendo que nela há sete passarelas de acesso ao mar. A previsão é terminar a obra até o final do ano.
O NÃO À ANGELA O Tribunal Superior Eleitoral negou o recurso impetrado pela defesa da agora ex-suplente de vereadora em Criciúma, Ângela Melo (MDB). Ela perdeu o cargo por ter trocado de partido. Negado recurso liminar, a esperança é remetida ao julgamento do mérito o que demorar bem mais do que o tempo do mandato.
SÓ SEGUNDA Uma equipe da Celesc visitou Criciúma para decidir sobre o endereço da empresa, mas o resultado desta inspeção só deve sair na semana que vem. Para segunda-feira está anunciada a apresentação do que será a nova estrutura administrativa da Celesc.
NA TERÇA O Secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, irá à Assembleia Legislativa, terça-feira, para responder aos deputados sobre os cortes dos incentivos fiscais a dezenas de produtos, inclusive da cesta básica do catarinense.
BOM DE VINHO As informações dos deputados que tem sido recebidos pelo governador Carlos Moises da Silva, no Palácio da Agronômica, garantem que é companheiro dele quem gosta de um bom vinho e uma boa conversa. É capaz de invadir a madrugada e não interessa se é de oposição ou não. Mas nem o vinho não lhe demove das convicções.
SÓ CORTESIA O governador vem recebendo parlamentares de todas as bancadas na residência oficial. A revelação dos visitantes é que as conversas avançam pouco, quase nada. Nem todos os deputados tem ido.
NOVO Convenhamos, se há um partido que pode reivindicar a condição de “novo” é o Partido Novo. E não é pelo nome da sigla, mas sim pela prática. É o único que apresentou uma novidade ao não receber recurso público de campanha. O PSL não só recebeu como se atrapalhou todo com o dinheiro, assim como todos os demais.
MUDOU-SE Depois de perder a eleição para o governo do Estado o ex-deputado estadual e atual presidente do PSD, Gelson Merísio, surpreendeu ao mudar o domicílio Eleitoral. A primeira informação era de que iria para Florianópolis. A retificação é que ele foi para Joinville em virtude de sua nova atividade profissional.
FRASE DO DIA
“Os interesses de Criciúma são os interesses de Tubarão e vice-versa.”
A frase foi repetida, como se tivesse sido ensaiada palavra a palavra pelos prefeitos Clésio Salvaro (Criciúma) e Joarez Ponticelli (Tubarão) ao término de uma conversa que tiveram nesta sexta-feira sobre os riscos de perdas com o novo modelo de gestão do Governo do Estado.