Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves era eleito presidente da República
Os 36 anos da sessão no Congresso Nacional que romperia definitivamente com o regime militar e daria início à redemocratização no país, comemorados nesta sexta-feira, resgatam momentos cruciais da história recente do Brasil.
Naquele 15 de janeiro de 1985, por volta das 12h30, era anunciado o resultado: Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais e candidato pelo PMDB, havia sido escolhido presidente da República. Contrariando o interesse popular, a eleição ocorreu de forma indireta, mas deu a vitória à oposição.
A festa que tomou conta da Nação foi substituída pelo espanto diante da morte de Tancredo, dias antes de tomar posse.
No momento em que o deputado João Cunha (PMDB) anunciou o 344º voto, que daria maioria absoluta a Tancredo, a sessão virou uma festa. “Tenho a honra de dizer que o meu voto enterra a ditadura funesta que infelicitou a minha Pátria”, disse Cunha, ao declarar o voto, pouco depois das 11h30 daquele dia.
Quase uma hora depois, Tancredo leria o discurso da vitória: “Esta foi a última eleição indireta do país. Venho para realizar urgentes e corajosas mudanças políticas, sociais e econômicas indispensáveis ao bem-estar do povo”. Derrotado e traído até por membros do próprio partido, Maluf cumprimentou o presidente eleito.