O presidente que o Brasil não teve
Uma das principais lideranças políticas do Brasil, o jornalista Carlos Frederico Werneck de Lacerda, ex-governador do antigo Estado da Guanabara, falecia em 21 de maio de 1977, aos 63 anos de idade, de enfarte do miocárdio. O ex-governador estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o meio-dia, da sexta-feira, 20 de maio, vindo a morrer às 2 horas da madrugada do dia seguinte, um sábado, 21 de maio.
Segundo relataram pessoas ligadas à família, Carlos Lacerda começara a passar mal no inicio daquela semana, queixando-se de frio e fortes dores, que foram atribuídas a uma gripe. Com o agravamento de seu estado de saúde, durante a semana, sua esposa Letícia e os filhos Sebastião e Cristina internaram-no na clínica.
Às 22 horas, da sexta-feira, 20 de maio, as condições de saúde do ex-governador chegaram a ser consideradas satisfatórias, voltando a piorar à meia-noite.
O corpo de Carlos Lacerda foi levado para a capela número 1 do Cemitério de São João Batista, numa Kombi preta, da Santa Casa de Misericórdia, lá chegando às 9h30min da manhã.
A grande preocupação de todos no velório era evitar que a mãe de Carlos Lacerda, Dona Olga, então com 85 anos de idade, tomasse conhecimento da morte do segundo filho, em menos de oito meses, já que perdera, Maurício, em setembro de 1976.
Lacerda tinha a pretensão de ser presidente da República. A eleição presidencial brasileira de 1965 estava prevista para o dia 3 de outubro daquele ano e não foi realizada devido a manobras do regime militar, que visava a continuação do Exército no poder, prorrogando o governo de Castelo Branco, iniciado em abril de 1964. Até aquele momento, haviam se apresentado quatro candidatos oficialmente, um deles, era Lacerda.
Alem de político agitado e inimigo feroz de vários presidentes, Carlos Lacerda foi ótimo jornalista e escritor. Escreveu vários livros, fundou a Editora Nova Fronteira, que editou entre outros: o dicionário Aurélio. Era também proprietário do jornal Tribuna da Imprensa.