Importação de alho provocava protesto em 1984
A produção catarinense era a segunda maior do País, com 10 mil toneladas naquela safra
Sete mil produtores rurais, em 400 automóveis, 300 tratores e 100 caminhões interditaram em 17 de outubro de 1984, por uma hora e meia, o trânsito na BR 470, no município de Curitibanos, para protestar contra o governo federal por ter autorizado a importação de trezentas mil caixas de alho da Espanha e, assim, comprometer totalmente o mercado consumidor para a produção de Santa Catarina.
Ao tomar conhecimento da manifestação, pela imprensa, o então governador Esperidião Amin, suspendeu toda sua programação em Florianópolis e deslocou-se 325 quilômetros até Curitibanos, onde dirigiu um trator sobre a BR 470 (Foto), criticou a Cacex, que era a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil, e desaprovou a politica agrícola adotada pelo governo federal.
O na época Secretário de Agricultura, Vilson Kleinubing, se comprometeu a conseguir mercado para o consumo de toda de toda a produção da safra catarinense, nem que para isso tivesse que contratar caminhões e vender alho nas praças de São Paulo e Rio de Janeiro.
O protesto começou as oito da manhã, diante da cooperativa regional do planalto catarinense e depois se estendeu para a BR 470, onde os produtores de alho enterraram um boneco do diretor da Cacex, Carlos Viacava, e queimaram outro, do assessor do mesmo órgão, Mauricio Sousa de Assis.
Depois, montaram uma grande fogueira e atearam fogo em 600 caixas de alho, na totalidade de 6 toneladas.
O que mais irritou os produtores foi o fato de a importação ter sido autorizada exatamente no momento em que a produção catarinense – a segunda maior do País, com 10 mil toneladas naquela safra – estava se esquematizando para ingressar no mercado consumidor nacional.
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