Arquiinimigos históricos viravam irmãos na maior fusão ocorrida no Brasil
Há 20 anos, as arquirrivais Antarctica e Brahma deixaram de lado sua histórica -e agressiva- disputa pelo consumidor brasileiro de cerveja e refrigerante. As duas empresas se associaram e criaram a multinacional AmBev (Companhia de Bebidas das Américas) para disputar, juntas, também o consumidor internacional.
A associação foi comunicada em 1º de julho de 1999, em Brasília, ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelos presidentes da Brahma, Marcel Telles, e da Antarctica, Victório de Marchi, em reunião de mais de uma hora no Palácio da Alvorada.
A nova empresa responderia por cerca de 40% do mercado brasileiro de bebidas e por 70% da produção nacional de cerveja, o que a obrigaria a se submeter à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que julga casos de fusão que possam ferir a Lei Antitruste.
Em nota oficial, Antarctica e Brahma afirmaram que o controle acionário da AmBev era detido por investidores nacionais, que darão à empresa condições de concorrer no mercado globalizado.
A empresa nascia com mais de 30 mil acionistas, ativos totais correspondentes a R$ 8,1 bilhões (base dezembro de 1998) e patrimônio líquido superior a R$ 2,8 bilhões. E herdava um volume de vendas que atingiu R$ 10,3 bilhões no mercado doméstico em 1998.