Ao invés de terceirizar cemitérios, por que não criar um crematório público?
Mais uma vez o processo licitatório dos quatro principais cemitérios de Criciúma foi suspenso. Decisão da Justiça. Alguém encontrou incongruências legais. Não é para menos, afinal, aqui mesmo neste espaço eu tratei o caso como “sepultamento de um indigente”. Quer dizer, cheio de dúvidas, mas longe dos olhos da maioria das pessoas. Que há coisa estranha no processo não restam dúvidas. Necessariamente a estranheza não leva à suspeitas, mas as conclusões de alguns não são exatamente estas.
Minha maior dúvida é porque Criciúma é uma das poucas cidades brasileiras que repassa a terceirizados a administração dos seus principais cemitérios. Quando isso foi feito no governo Paulo Meller estabeleceu-se uma guerra na cidade.
Criciúma tem a oportunidade de recuperar a autonomia sobre os cemitérios e deveria avançar. Porque a cidade não instala um crematório público, ou seja, uma unidade de cremação com a possibilidade de oferecer um serviço social às famílias cujas condições não permitem custear túmulos em cemitérios explorados pela iniciativa privada. Seria uma forma da cidade cuidar dos seus mortos. Os números sobre a quantidade de túmulos abandonados comprovam que nem o município, nem o contratado por ele para cuidar dos cemitérios consegue fazer isso.