O ANO QUE SE FOI
O ano político de 2018 vai para a história como o mais importante desde a redemocratização do país. Esta frase “surrada” virou clichê de análise para o período que estamos superando. O ambiente por onde andamos na atividade jornalística de cobertura dos fatos políticos foi o mais estranho possível. Não devíamos, por experiências anteriores registradas na memória ou literatura, nos surpreender. Na política as coisas também são cíclicas. O povo cansou de ouvir que se soubesse a força que tinha daria uma sacudida com força de terremoto. Foi o que aconteceu. Mesmo assim poucos acreditam que tenha havido uma guinada capaz de mudar costumes. Para 2020 os ensaios que começam agora não são nada diferentes do que havia até então. Quase unanimidade dos líderes políticos acredita que este raio de votos não cai duas vezes no mesmo lugar.
PRONTIDÃO
O fato é que nos partidos tradicionais ninguém baixou a guarda e a prontidão segue até 2022. Para alguns que estão no páreo há décadas, quanto anos passa ainda mais rápido. Neste caso é uma nítida aposta de que o PSL em Santa Catarina pode ser uma onda.
NOTADO
Durante um ato que aconteceu nesta sexta-feira (dia 28) no gabinete do prefeito Gean Loureiro (MDB), na capital, o senador Dário Berger (MDB) discursou em tom nostálgico, lembrando a sua carreira que começou como prefeito em São José e depois na capital. Ele nunca perdeu eleição e arrematou dizendo que não será mais candidato. No mesmo ambiente fez referência à velha guarda da política catarinense que segundo ele pode ser “chamada”, se o modelo escolhido em 2018 não der certo.
CANDIDATO
Dário Berger é considerado pelos emedebistas como nome mais provável para disputar a eleição de governador em 2022. Isso foi dito em entrevista pelo governador Eduardo Moreira, recentemente. Dário rechaça esta ideia preferindo dizer que pretende ser presidente do partido.
OPS...
O governador Eduardo Moreira se despediu do cargo anunciando que após quatro meses de descanso volta para buscar a presidência do MDB estadual e trabalhar pela candidatura de Dário Berger candidato a governador e ele candidato ao Senado.
NO “RETRATO”
No último dia de expediente no Estado, sexta-feira, dia 28, o governador Eduardo Moreira inaugurou a sua foto na galeria de ex-presidentes. Ele aparece duas vezes.
SE OUVE
O novo governador, figura mais resistente às práticas tradicionais da política já está envergando sutilmente alertado de que se não for flexível quebra. O Comandante Moisés passou os últimos dias da semana abrindo agenda, aceitando orientações e palpites. Por enquanto está resistente apenas à pressão.
A FORÇA
Do Oeste à capital, do Sul ao Norte, há um quase consenso de que se o novo governador rechaçar a realidade política, como parece fazer, quem vai governar será o parlamento que será liderado pelo deputado estadual do Sul, Júlio Garcia. Forçosamente há quem diga que as circunstâncias podem investir Júlio de tanta responsabilidade que o Legislativo se compare ao Executivo.
FICA E SAI
Parece evidente que o futuro governador mantém no cargo vários chefes de departamento para manter o funcionamento dos órgãos, mas que tão logo a máquina ajustar ao modelo que pretende implantar estes agentes sobram. Há quem entenda que ele só vai “usar” a expertise dos chefes atuais para dispensá-los em breve.
ARLINDO... INDO... INDO
Ecoam fortes os últimos movimentos e declarações do prefeito de Maracajá, Arlindo Rocha. No dia 18 de dezembro, sabendo que não tinha votos suficientes para aprovar um projeto para financiamento de R$ 7 milhões do Finisa, destinado à pavimentação de ruas, decidiu convocar a população para pressionar os vereadores. Lotou a Câmara e na frente dela deu discurso acalorado. Entre os apoiadores estava o padra da cidade, um aliado em outros confrontos do prefeito com a bancada de oposição. Na última semana os ruídos ecoaram em Criciúma. Primeiro quando Arlindo Rocha confirmou participação na direção do Criciúma Esporte Clube. Para aumentar o tom da repercussão regional admitiu que se as circunstâncias forem favoráveis em 2020 pode ser candidato a prefeito em Criciúma.
NÃO FOI Entre as revelações que Arlindo Rocha fez está a de que em 2018 ele só não foi candidato a deputado estadual porque não obteve o aval das lideranças locais do PSDB, leia-se prefeito Clésio Salvaro.
AVAL Para tornar real a possibilidade de disputar a prefeitura de Criciúma em 2020, Arlindo Rocha diz que seria necessário o aval e apoio de Clésio Salvaro, que é virtual candidato à reeleição. Quer dizer, Rocha vai se Salvaro não for.
DESPEDIDA Ao inaugurar a galeria de fotos que homenageia ex-governadores, Eduardo Pinho Moreira fez uma autoavaliação revelando que se considera um bom gestor, especialmente, na avaliação da atual gestão. Ele repetiu o que vem dizendo nas últimas entrevistas, de que encerra o mandato com “o sentimento de dever cumprido”.
O QUE DEIXA Moreira considera as principais conquistas a redução no número de homicídios; o pagamento de dívidas, incluindo R$ 500 milhões na área da saúde, referentes a 2017 e a regularização de repasses aos hospitais filantrópicos do Estado; além das medidas de gestão que permitiram o controle das contas e a diminuição do tamanho da máquina pública.