ENSAIOS DE NOVOS TEMPOS
O ano de 2019 mal começou. É cedo para qualquer conclusão sobre os destinos e movimentos que indiquem de onde vão surgir as principais lideranças. A forte transformação dos Poderes não se restringe ao Executivo e ao Legislativo em Santa Catarina. No Judiciário pelo menos 10 dos 90 desembargadores foram para a aposentadoria, com isso abrindo lacunas que devem ser gradativamente preenchidas, assim como nos demais poderes. O novo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rodrigo Tolentino de Carvalho Colaço assumiu e mostrou a que veio. O novo governador ainda tem passos de insegurança enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júlio Garcia, prima por deixar a marca logo. Daí por diante ainda devemos viver cabos de força. É cedo para defender quem é que tem poder. Até outro dia estas posições estavam bem demarcadas.
FORÇA DO MDB
No parlamento estadual visível que o MDB é quem se deu melhor. Mesmo caindo de dez para nove deputados, mantém um time experiente. Reedita figuras como Romildo Titon, Ada De Lucca, Valdir Cobalchini, Moacir Sopelsa e outros nem tão jovens, nem tão velhos como Luiz Fernando Cardoso Vampiro e Mauro De Nadal. Até mesmo o estreante Volnei Weber pode ser considerado inexperiente.
EXPERIÊNCIA
A terceira maior bancada na Assembleia Legislativa é do PSD, com cinco deputados e destes a única aparentemente mais inexperiente e nada menos que a herdeira dos votos de Gelson Merísio, a deputada Marlene Fengler. Além dela quatro gigantes: Júlio Colombo, Ismael dos Santos, Keneddy Nunes e Milton Hobus.
E SEGUE...
Daí por diante a habilidade no exercício do poder diminui abruptamente pois as demais bancadas encolheram ou mudaram muito. É o caso do PT onde apesar de ter três veteranos entre os quatro deputados convive com o desgaste da sigla.
DUAS FERIDAS
Na regimental presença, ontem, na Câmara de Vereadores, o prefeito Clésio Salvaro elegeu dois assuntos como a prioridade do esforço concentrado em 2019. O primeiro é a reforma necessária no sistema de previdência dos servidores. O outro é na relação – possível rompimento – contratual com a Casan.
MOVIMENTO DO ZAIRO
Hoje, na sessão da Câmara Municipal de Criciúma, o vereador Zairo Casagrande (PSD) promete ascender uma nova polêmica. Vai entrar forte na crítica ao projeto do governo municipal de construir uma passagem subterrânea para transposição da avenida Centenário na região da estação rodoviária.
OUTRO LOCAL
Apesar dos fortes argumentos que tem, o vereador Zairo Casagrande deve rebater a ideia da transposição da região da rodoviária porque tem um projeto de sua autoria para fazer isso no terminal central de ônibus, criando a rampa de acesso ao bairro Comerciário. Até agora ele não conseguiu emplacar a ideia.
AÇÃO ISOLADA
Como estratégia o governo de Criciúma deve jogar com o forte apoio que tem na Câmara de Vereadores para esvaziar o movimento do vereador Zairo Casagrande pela mudança da obra de transposição da avenida Centenário. Zairo tem resistência de colegas que costumam deixá-lo sozinho nas ações que lidera. O grito dele pode ter pouco eco.
ALINHAMENTO
Diferente daquele movimento que barrou a proposta da prefeitura em criar uma rua de saída de Criciúma em direção a Cocal do Sul através do bairro Pio Correa, onde o vereador Zairo também foi um dos articuladores, no caso da obra da avenida Centenário o governo considera a elaboração sacramentada. Embora não necessite de aprovação da Câmara, o governo tem a simpatia da maioria dos vereadores, seja para este ou outros projetos.
MOVIMENTOS MEDIDOS
Existem várias leituras feitas aos primeiros movimentos do deputado Júlio Garcia novo presidente da Assembleia Legislativa quando ele flagrantemente rebate, sem citar, o governador Moisés da Silva. Uma delas é a interpretação de que o novo governo tem tendência de vida curta e se fracassar a proposta, ser oposição a ele é uma vantagem. A ausência de líderes e o desgaste dos poucos que restam colocam desde já Garcia como nome para disputar o governo do Estado em 2022. O que parece cedo, nas medidas da política é logo ali. Não são apenas os aliados que enxergam no novo presidente da Assembleia Legislativa a principal figura política do momento.
VELHO NOVO O “chavão” dos discursos agora é “a velha política nova” para justificar ações ditas novas praticadas por figurinhas carimbadas. O senador Dário Berger (MDB) votou no seu adversário histórico Esperidião Amin (PP) na eleição à presidência do Senado. Logo saíram dizendo que esta é a nova política. Ora, prefiro ficar com a interpretação de que o uso da expressão é ingenuidade ou esperteza demais.
FICOU FORA Ontem o prefeito Clésio Salvaro chamou os vereadores do PSDB para uma reunião, mas excluiu Júlio Kaminski. Isso porque o vereador já manifestou oficialmente a intenção de deixar o partido, mas até agora não deixou.
TÁ LIBERADO No ano passado o PSDB deliberou em reunião do partido liberar o vereador Júlio Kaminski a sair do partido sem o risco da perda do mandato. Até agora ele segue na sigla sem qualquer movimento efetivo de saída. É visto dentro e fora do PSDB como potencial candidato a prefeito, óbvio, como adversário de Salvaro.
QUER SABER Outra prova da falta de sintonia do vereador Júlio Kaminski com o governo deve ser observado hoje na sessão da Câmara de Vereadores. Os 10 primeiros assuntos da pauta têm ele como autor, sendo quatro pedidos de informações e seis indicações. Quem está sintonizado com o governo faz isso diretamente.
RIO MAIA Entre os pedidos de informações apresentados pelo vereador Júlio Kaminski está um que pede o detalhamento dos contratos da prefeitura com as empresas que atuaram na construção do Parque dos Imigrantes do Rio Maina. É como se houvesse alguma suspeita ou fato pouco claro.
FIRME A vereadora Ângela Melo (MDB) segue sem qualquer informação sobre o cumprimento, por parte do TRE, da decisão que lhe tira do mandato. Na sessão de ontem ela esbanjava tranquilidade. Garante que não renuncia sob hipótese alguma.
FRASE DO DIA
“Uma obra dessas como o prefeito quer fazer na transposição da avenida Centenária é caríssima, de interesse público duvidoso e e tecnicamente sofrível”.
Vereador Zairo Casagrande (PSD) comentando a intenção do prefeito Clésio Salvaro em construir uma passagem subterrânea na avenida Centenário em frente a estação rodoviária.