Arábia Saudita se prepara para admitir que jornalista foi morto em interrogatório
A Arábia Saudita está preparando um relatório em que reconhecerá que o jornalista Jamal Khashoggi foi morto durante um interrogatório que "deu errado", afirmaram fontes à rede de TV CNN. A Turquia acusou neste sábado (13) a Arábia Saudita de não cooperar nas investigações em torno de Jamal Khashoggi, o jornalista dissidente que desapareceu no consulado da Arábia Saudita em Istambul
O desaparecimento sem explicações do jornalista Jamal Khashoggi, crítico do governo da Arábia Saudita, está se transformando em pesadelo para a economia do país. A monarquia saudita afirmou no domingo (14) que responderia com fortes represálias caso continuem as sanções econômicas, impostas pelos outros Estados depois que o caso veio à tona.
A reação do governo saudita mostra que o príncipe Mohammed ben Salman não esperava por todas as críticas que seu reino vem recebendo. O caso Khashoggi fez com que vários empresários norte-americanos anulem sua participação no próximo "Davos no deserto", a grande reunião anual do negócio na região.
A edição desse ano não terá, por exemplo, a presença de Jamie Damon, chefe do banco JP Morgan, nem os patrões da marca Ford e do aplicativo Uber. Jornalistas de língua inglesa também decidiram boicotar o evento, previsto para a semana que vem. A bolsa saudita perdeu no domingo 7% de seu valor.